DISTÚRBIOS DO MOVIMENTO

A neurocirurgia para os distúrbios do movimento é indicada quando o tratamento medicamentoso se mostra pouco efetivo, isto é, quando não contribui para a melhora dos sintomas do paciente. Ou ainda, quando o paciente não tolera ou não consegue usar as doses adequadas dos medicamentos.

Por meio da neurocirurgia funcional é possível restabelecer a qualidade de vida do paciente acometido por algum transtorno grave, como:

Doença de Parkinson

A doença de Parkinson (DP) é um distúrbio progressivo que afeta o sistema nervoso central e os nervos. Ela é causada por uma perda de células nervosas em uma parte do cérebro chamada substância negra. Isso leva a uma redução da substância química chamada dopamina, que desempenha um papel vital na regulação do movimento do corpo. Exatamente o que causa a perda de células nervosas não é claro, acreditando-se que uma combinação de fatores genéticos e ambientais seja a provável responsável.

A maioria das pessoas com Parkinson começa a desenvolver sintomas quando tem mais de 50 anos, embora algumas apresentem sintomas pela primeira vez quando têm menos de 40 anos (DP precoce). Os homens são ligeiramente mais propensos a contrair a doença de Parkinson do que as mulheres.

Os sintomas começam lentamente e pioram à medida que a condição progride ao longo do tempo. O primeiro sintoma pode ser um tremor quase imperceptível em apenas uma das mãos. Tremores são comuns, mas o distúrbio também pode causar rigidez ou lentidão dos movimentos. Também podem ocorrer diversos outros sintomas físicos e psicológicos como: depressão e ansiedade, problemas de equilíbrio (podendo aumentar as chances de queda), perda do olfato (anosmia), problemas para dormir (insônia), problemas de memória, dentre outros.

Embora a doença de Parkinson não possa ser curada, o tratamento melhora significativamente seus sintomas. Tratamentos de suporte, como fisioterapia e terapia ocupacional são essenciais, acompanhados pelos medicamentos e, em alguns casos, a cirurgia para regular algumas regiões do cérebro envolvidas na doença e melhorar seus sintomas.

Chamada de Estimulação Cerebral Profunda, (no inglês DBS – Deep Brain Stimulation), a cirurgia não é curativa, mas consegue aliviar os sintomas significativamente, sendo uma importante ferramenta no manejo dos pacientes com doença moderada a avançada. Em alguns casos, a cirurgia ainda pode diminuir a quantidade de medicação necessária para controlar os sintomas. Na cirurgia de DBS, como é mais conhecida pelos especialistas e pacientes, eletrodos são implantados nas partes críticas do cérebro que ajudam a controlar o movimento. Os eletrodos são então conectados a uma pequena bateria colocada no subcutâneo da parede torácica, muito semelhante a um marca-passo cardíaco, sendo conectada por fios colocados sob a pele. O estimulador é então ligado auxiliando o controle dos sintomas.

Referências:

https://www.nhs.uk/conditions/parkinsons-disease/

https://www.hopkinsmedicine.org/health/conditions-and-diseases/parkinsons-disease

https://www.mayoclinic.org/diseases-conditions/parkinsons-disease

Tremor essencial

O tremor essencial é um distúrbio do sistema nervoso que causa tremores involuntários e rítmicos na cabeça, tronco e principalmente nas mãos. A causa não é conhecida, mas muitas vezes é transmitida de um pai para um filho.

O tremor essencial pode ocorrer em qualquer idade, mas é mais comum em pessoas com 40 anos ou mais. Ele geralmente não é uma condição perigosa, mas costuma piorar com o tempo e pode ser grave e incapacitante em algumas pessoas. Outras condições não causam tremor essencial, embora a doença de Parkinson possa causar um tremor que pode confundir com o essencial.

Os tremores tendem a ser piores durante o movimento do que quando em repouso. Algumas coisas podem piorar os tremores e evitá-los pode ser útil, como situações de estresse, uso de álcool, excesso de cafeína ou psicoestimulantes.

Os medicamentos também podem ajudar a controlar ou limitar os tremores em algumas pessoas. Às vezes, tremores graves podem ser tratados com cirurgia, com o implante de eletrodos no cérebro que irão auxiliar no controle e redução dos tremores.

A cirurgia é um procedimento já bem estabelecido, seguro e indicada nos casos em que há limitação importante pelos sintomas que não foi controlada com os medicamentos, ou quando o paciente apresentar intolerância ao tratamento farmacológico.

Referências:

https://www.hopkinsmedicine.org/health/conditions-and-diseases/essential-tremor-disorder

https://www.mayoclinic.org/diseases-conditions/essential-tremor/symptoms-causes/syc-20350534

Distonia

Distonia é o nome de movimentos musculares descontrolados e às vezes dolorosos (espasmos). Ela pode começar em qualquer idade, dependendo da causa. Nessa doença, os músculos se contraem involuntariamente, podendo causar movimentos repetitivos ou de torção, descontrolados e às vezes dolorosos (espasmos).

A distonia pode afetar uma parte do corpo (distonia focal), duas ou mais partes adjacentes (distonia segmentar) ou todas as partes do corpo (distonia generalizada). e podem interferir no desempenho de suas tarefas diárias.

Os sintomas da distonia incluem: câimbras e espasmos musculares descontrolados, com partes do corpo torcendo em posições incomuns – como o pescoço torcido para o lado ou os pés virados para dentro, agitação (tremores), piscar descontrolado. Esses sintomas podem ser contínuos ou ir e vir, desencadeados por coisas como estresse ou certas atividades. Dificuldades de fala, problemas distônicos da(s) mão(s), Síndrome de Meige, espasmos que afetam os músculos ao redor do olho, mandíbula, língua ou boca (como o espasmo hemifacial) e distonia que ocorre com tarefas específicas (como tocar instrumentos musicais) também fazem parte da gama de apresentações da distonia.

Não há cura para a distonia, mas medicamentos e terapia podem melhorar os sintomas. Injeções de toxina botulínica diretamente nos músculos afetados – que precisam ser repetidas a cada 3 meses – podem ser o tratamento para as distonias focais ou segmentares.

A cirurgia de estimulação cerebral profunda (ou deep brain stimulation – DBS) pode ser utilizada para desativar ou regular os nervos ou certas regiões do cérebro em pessoas com distonia grave, auxiliando no controle dos sintomas. Esses eletrodos são ligados a um marcapasso que se implanta embaixo da pele abaixo da clavícula. Trata-se de um procedimento eficaz e de baixo risco para o paciente.

Referências:

https://www.mayoclinic.org/diseases-conditions/dystonia/symptoms-causes/syc-20350480

https://www.nhs.uk/conditions/dystonia/

https://www.hopkinsmedicine.org/neurology_neurosurgery/centers_clinics/movement_disorders/conditions/dystonia.html

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Dr. Pedro Henrique Cunha
MÉDICO | CRM-SP 212368
Neurocirurgia: RQE 92126
Área de atuação | Dor:  RQE 921261

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