NEUROCIRURGIA
O que faz um neurocirurgião?
O médico especialista em Neurocirurgia, ou seja, o neurocirurgião, trata de diversas doenças que acometem o Sistema Nervoso Central (SNC) e o Sistema Nervoso Periférico (SNP).
Especialista que trata adultos, crianças e neonatos portadores de doenças do SNC e SNP, como hidrocefalia, tumores, doenças vasculares, degenerativas, traumatismos cranioencefálicos (TCE) e lesões ou traumatismos raquimedulares (TRM) passíveis de intervenção ou abordagem cirúrgica, bem como do tratamento de distúrbios do funcionamento do cérebro, como a epilepsia, dor crônica, transtornos dos movimentos (tais como a Doença de Parkinson, as distonias, a síndrome de Tourette, dentre outras) e de alguns transtornos psicológicos (psicocirurgia).
Subespecialidades da neurocirurgia
A Neurocirurgia pode ser dividida em subespecialidades. Mas nenhuma delas é uma especialidade independente, todas são consideradas áreas de atuação.
O neurocirurgião com formação adequada está apto a atuar em todas as subáreas assim que termina seu treinamento. Mas a tendência, com o tempo, é que ele trilhe seu próprio caminho, adquirindo experiência em uma ou outra área, dentre as citadas:
- Base de Crânio;
- Epilepsia (Tratamento Neurocirúrgico da Epilepsia);
- Nervos Periféricos;
- Radiocirurgia;
- Neurointensivismo;
- Neurotraumatologia e Neurocirurgia de Urgência/Emergência;
- Hidrodinâmica e Neuroendoscopia;
- Neurocirurgia Oncológica;
- Neurocirurgia Vascular;
- Neurocirurgia Endovascular (também conhecida como Neurorradiologia Intervencionista).
- Neurocirurgia Espinhal (Tratamento Neurocirúrgico das Patologias da Coluna e Medula Espinhal);
- Neurocirurgia Pediátrica e Neurocirurgia Fetal;
- Neurocirurgia Funcional (Tratamento Neurocirúrgico da Dor e das Desordens dos Movimentos, Psicocirurgia, dentre outros sub-ramos mais específicos, como o tratamento de órgãos sensoriais disfuncionais por modulação por dispositivos artificiais).
O que faz um neurocirurgião funcional?
O neurocirurgião funcional dedica-se ao tratamento de distúrbios do funcionamento do cérebro, medula ou nervos, tais como dor crônica, distúrbios do movimento (doença de Parkinson, distonias, tremor), espasticidade e epilepsia.
Neurocirurgia funcional no tratamento da dor crônica
A dor é considerada crônica quando persiste por três meses ou mais. Para muitos pacientes, a dor crônica pode durar anos ou até a vida toda.
Existem muitas causas possíveis para a dor de longo prazo, incluindo lesões, como envolvimento em um acidente automobilístico, quedas, pós-cirurgia na coluna ou por distúrbios ou doenças subjacentes, como fibromialgia ou artrite.
O tipo de dor sentida pode ser tão variado quanto as razões por trás dela. A dor pode ser descrita como queimação, pontada, dor, pulsação e muitas outras sensações. Essas sensações podem ocorrer em qualquer parte do corpo e podem variar de leve a grave, de intermitente (ou “em crises”) a contínua e de perturbadora a incapacitante.
Com o tempo, a dor crônica pode se tornar uma doença por si só, criando mudanças notáveis no corpo, principalmente no sistema nervoso.
A dor crônica, a depender de sua intensidade e natureza, pode se tornar insuportável para alguns pacientes. Em decorrência disso, a neurocirurgia funcional atua intervindo na rede neural de transmissão da dor, não necessariamente em sua causa, por meio de intervenções tais casos como:
- Bloqueios;
- Infiltrações;
- Bombas de infusão;
- Estimulação medular;
- Radiofrequência;
- Crioanalgesia;
- Terapia por ondas de choque.
Neurocirurgia funcional no tratamento de distúrbios do movimento
Muitas doenças cursam com distúrbios do movimento, nos quais o paciente apresenta dificuldade de realizar ou possui movimentos involuntários que podem atrapalhar e limitar significativamente a sua vida.
Um exemplo disso é a Doença de Parkinson, na qual os tremores em repouso, a rigidez, bradicinesia (lentidão nos movimentos) e a dificuldade de andar complicam muito a condição e a qualidade de vida do paciente.
Para atenuar esse problema, a neurocirurgia funcional emprega um procedimento chamado Estimulação Cerebral Profunda (ECP), do inglês DBS (Deep Brain Stimulation).
Nessa cirurgia, utilizam-se eletrodos em regiões do cérebro ligadas à patologia do paciente, como tálamo ou núcleos da base.
O procedimento é feito com um aparelho estereotáxico, que é utilizado para atingir regiões com extrema precisão, com coordenadas nas 3 dimensões e com o paciente acordado para que as funções sejam testadas durante a cirurgia, de modo que registros e ajustes possam ser feitos.